Mãe imperfeita, filha inteira
- Daniela Santos
- 24 de jun.
- 2 min de leitura
Porque a tua vulnerabilidade também educa.

Ser mãe é muitas vezes sentir que se falha todos os dias. É ir dormir com a sensação de que se gritou demais, não se teve paciência suficiente, ou que se devia ter dito outra coisa – ou calado. A culpa instala-se como uma sombra que segue cada gesto.
Mas e se te disser que a tua filha não precisa de uma mãe perfeita? Precisa de ti — inteira. Com as tuas dúvidas, emoções, limites e até com os teus pedidos de desculpa.
A ilusão da perfeição....
Vivemos numa altura em que a parentalidade é um território de comparação constante: nas redes sociais, nas conversas à porta da escola, nos conselhos (não solicitados) de quem nos rodeia.
Há uma ideia quase utópica de que, se fizermos tudo “certo”, os nossos filhos crescerão sem traumas, sem medos e sem feridas.
Mas a verdade é esta: a perfeição não cria segurança. A autenticidade, sim.Uma mãe que reconhece que errou, que pede desculpa, que volta atrás, que respira fundo antes de gritar, está a ensinar à filha algo essencial: como ser humana com compaixão.
Filhas que se permitem ser
Quando a mãe se aceita como é — imperfeita, mas presente —, a filha aprende a fazer o mesmo com ela própria. Aprende que:
Não precisa de ser “boazinha” para ser amada.
Pode errar e ainda assim ser aceite.
Não tem de esconder emoções para agradar.
A relação com a mãe é, muitas vezes, o primeiro espelho onde as meninas se olham. E o reflexo que veem influencia profundamente a forma como se verão a si mesmas no futuro.
Pedir desculpa também educa
Uma das maiores forças na parentalidade é o exemplo. Quando dizes:
“Desculpa, a mãe estava cansada e gritou, mas não era contigo. A mãe está a aprender também.”
Estás a ensinar empatia.Estás a mostrar que os adultos também falham.E mais importante ainda: que o amor não se perde nos tropeços.
Inteira, não perfeita....
.....Ser uma mãe inteira é seres verdadeira nas tuas emoções, coerente nos teus valores e presente nas tuas intenções.É mostrares que estás a crescer enquanto educas.É aceitares que estás a criar uma filha que, um dia, também será mulher — e que terá mais força nas suas raízes se não crescer a tentar agradar a todo o custo.
Para refletir:
Como posso transformar os meus erros em oportunidades de conexão?
Que mensagens passo à minha filha quando escondo as minhas emoções?
Será que me permito ser quem sou, ou estou sempre a tentar ser “a mãe ideal”?
Uma filha inteira não nasce de uma mãe perfeita.Nasce de uma mãe real — que ama, falha, repara e continua.Sempre com o coração no lugar certo.



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